Resenha Seraphina & Sangue de Dragão - Série Seraphina - Livros 01 e 02 - Rachel Hartman



SinopseDécadas de paz pouco fizeram para diminuir a desconfiança entre seres humanos e dragões no reino medieval de Goredd. Criaturas extremamente inteligentes que podem assumir a forma humana, os dragões frequentam a corte como embaixadores e usam sua mente racional e matemática em universidades, como estudiosos e professores. No entanto, à medida que o aniversário do Tratado de Paz se aproxima, o clima começa a ficar perigosamente tenso. Seraphina Dombergh, uma garota de 16 anos com grande talento para a música, tem um terrível segredo e razões para temer humanos e dragões. Ela se torna assistente do compositor da corte justo quando um membro da família real é encontrado morto, devido a um ataque muito ao estilo dos dragões, isto é, com a cabeça arrancada a mordidas. Seraphina, com sua inteligência e senso de humor ácido e feroz, passa a colaborar com as investigações, ao lado do capitão da Guarda da Rainha, o sagaz e encantador Príncipe Lucian Kiggs. Enquanto eles começam a encontrar pistas de uma trama sinistra para destruir a paz, a fachada cuidadosamente construída por Seraphina começa a desmoronar, tornando cada vez mais difícil manter seu segredo, cuja revelação seria catastrófica em sua vida.

"Seraphina" é o primeiro livro da série de Rachel Hartman que trata do incrível universo dos dragões. Narrado em primeira pessoa pela protagonista que dá nome a série, o leitor é levado à Goredd e acompanha a jovem que está envolta em mistérios.
Desde os primeiros capítulos observamos que Seraphina é especial. Ela narra memórias de seu próprio batizado, algo que seria impossível de acontecer e sua estreita ligação com a música e a forma como ela a envolve. Conforme vai crescendo, seu comportamento diferenciado preocupa cada vez mais seu pai, que a mantêm em casa pelo máximo de anos possíveis.
Sua companhia é Orma, que a ensina música e que é um dragão. Isso mesmo! Orma é um dragão, só que usa sua forma humana para transitar no reino. Um tratado de paz de mais de 40 anos tornou a convivência pacífica entre humanos e dragões. Mesmo assim, existe uma grande parcela da população que não aceita essa paz e até mesmo um grupo específico, os Filhos de São Ogdo, que incitam a violência contra os dragões. Essa paz é tensa, e inúmeros pequenos conflitos ocorrem no reino. Porém, os dois grupos concordam com algo: dragões e humanos não podem se envolver e o resultado seria o surgimento de abominações.
Os anos se passam e Seraphina é uma adolescente com dons: ela possui episódios terríveis de dores de cabeça e em sua mente avista criaturas diferentes. Para controlar suas dores, ela cria um jardim mental e passeia diariamente nele, verificando seus habitantes.
Seraphina aprendeu a se tornar invisível. Nunca se destaca em nada ou chama a atenção. Porém, quando ela se torna aprendiz de Viridius no castelo, sua vida se transforma. Sua música chama a atenção, mas o que a destaca mais do que tudo é o entendimento dos costumes dos dragões, despertando a atenção do príncipe Kiggs.
Kiggs é um personagem adorável. Ele é um daqueles raros personagens realmente puros, movidos pela honra e com uma sagacidade incrível.
Os dois começam a conversar e desenvolver um laço de amizade, que com o tempo pode se tornar algo mais. Isso se Kiggs não estivesse comprometido com a princesa Glisselda.
A renovação do tratado de paz se aproxima e o reino está se preparando para receber o Adgamar Comonot, o líder dos dragões. Só que o príncipe Rufus é decapitado, uma morte no estilo dos Dragões. Será que os dragões o mataram ou um complô está sendo formado?
É impossível discutir a obra sem se sentir tentado a dar detalhes. A trama é muito bem desenvolvida e os personagens são carismáticos ao extremo, até mesmo os vilões.
O mundo criado nessa série é sem dúvida um dos mais espetaculares que tive a oportunidade de conhecer. A autora deixou bem claro as diferenças culturais entre os povos, seus costumes e sua forma de viver.
Seraphina por si só é um personagem que tem a capacidade de encantar. Mesmo se não houvesse tanta riqueza na história do reino e dos povos, apenas sua complexidade é o suficiente para deixar o leitor apaixonado.
A grandiosidade dos dragões é descrita de forma vívida. Seus voos, sua lógica e até mesmo seus rompantes parecem saltar das páginas.
Kiggs e Glisselda são um exemplo de monarquia. Apesar da pouca idade de ambos, eles entendem a complexidade do poder e exalam confiança. São personagens fortes e inteligentes o bastante para saber quando utilizar o carisma político. Porém, a portas fechadas, demonstram a vulnerabilidade do ser humano.
Um livro inesquecível, com personagens que estarão nos corações dos leitores por um longo tempo.
Em relação à diagramação, revisão e layout foi realizado um ótimo trabalho.




SinopseA guerra começou... Seraphina se vê envolvida na luta pelo poder entre os dragões rebeldes e a corte humana. O segredo cuidadosamente guardado de sua verdadeira identidade - meio-dragão, meia-humana - agora é uma vantagem para ela. Só Seraphina pode unir o reino de Goredd e, para isso, lançará mão de todos os seus recursos. Ela percorre o país em busca dos outros meios-dragões, cujos dons especiais talvez façam a diferença na luta. Mas quanto mais coisas ela descobre, mais percebe que alguém está prejudicando seu plano. Que esperança haverá de promover a paz entre dragões e humanos se um de seus próprios aliados pretende ver ambos os mundos destruídos?


CONTÊM SPOILERS DO PRIMEIRO LIVRO

Logo no início do livro temos uma "retrospectiva" dos acontecimentos de "Seraphina": o complô para exterminar o tratado de paz, a fuga de Orma dos Censores, a descoberta do real significado do jardim de Seraphina e é claro, a revelação pública da existência de meio-dragões, que são chamados de ityassari e o exílio do Comonot em Goredd.
Com a revelação da existência dos ityassari, sabe-se também que cada um deles possui dons especiais que podem ser úteis para proteger Goredd. Então a rainha Selda precisa que Seraphina encontre os demais habitantes de seu jardim.
Seraphina e Abdo (que ganha um grande destaque nesse desfecho) embarcam em um longa jornada pelos reinos vizinhos em busca de seus irmãos.
Essa jornada é repleta de aventuras e em cada parada, Seraphina e Abdo terão incríveis descobertas. No jardim de Seraphina, existia alguém que a assustava. Alguém que esteve junto à ela durante toda a sua infância, mas que roubou alguns momentos de sua vida e até mesmo a controlou: Jannoula.
A partir do momento em que Seraphina descobre que Jannoula nunca esteve confinada em sua mente e que ela é tão poderosa, a trama ganha uma maior profundidade e as respostas tornam-se cada vez mais necessárias. 
A história pessoal de Jannoula é comovente ao mesmo tempo que assustadora. Sua insanidade (vamos chamar assim por falta de um adjetivo que se encaixe melhor) leva os ityassari ao perigo. Mas não apenas eles. O plano concebido é tão perfeito que se torna horripilante.
O retorno de Josef, ex-Conde de Apsig é outro fator determinante na trama. Sua fervorosa devoção ao seu santo de batismo acaba colocando-o em meio a guerra. 
E é nesse momento que a trama ganha uma nova camada de complexidade. Desde o primeiro livro, os Santos e suas ideologias são discutidas abertamente na história, mas não havia sido debatido sua importância e a relação deles com os dragões e os humanos, principalmente a Santa herege, Yirtrudis. Em "Sangue de Dragão" a revelação é feita e devo admitir que fiquei surpreendida pela conclusão. 
Quem teve a oportunidade de ler o primeiro livro ficou também encantada com o amor crescente entre Kiggs e Seraphina. A interação entre os dois continua emocionante e capaz de quebrar o coração do leitor. O respeito que ambos cultivam com Selda, a honra, os princípios morais que regem esses dois é um exemplo para todos.
"Sangue de Dragão" é a conclusão dessa duologia extraordinária. Da primeira página de "Seraphina" até a última página de "Sangue de Dragão" Rachel Hartman apresentou sua clara visão sobre essas criaturas divinas. 
O enredo foi muito bem delineado, não havendo furos na trama ou deixando por um único momento a desejar. Os personagens são ricos, complexos e vulneráveis. Os reinos, seus povos, suas culturas e ensinamentos são belos. 
Uma jornada inesquecível sobre o amor, a lealdade, a honra e a verdadeira família.
A Editora arrasou no trabalho desse livro. Internamente há um mapa dos reinos logo no início e no final, há a lista de personagens divididas por reinos e um glossário para auxiliar o leitor.



10 comentários

  1. Oi, Carol. Eu me impressionei com estes livros. Quando vi o lançamento de Sangue de Dragão, não dei nada pela história, mas foi encantador. Gostei muito do jeito como a autora aborda a amizade entre o humano e o "animal" nesta obra. Além, de um cenário onde dragões são - quase - aceitos. O sentimento e o refúgio entre Seraphina e o dragão me encantou. Quando você cita do não-destaque da protagonista em nada, me lembrei da Katniss, risos. Bom, gostei bastante da premissa. Vou ler!

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  2. Gostei tanto da resenha do primeiro livro que não li a do segundo ,eu simplesmente adorei ,acho que nunca li nada com dragões (dragões que pensam ,não aqueles irracionais que só cospem fogo ),e eu adorei .
    Apesar de as capas não serem tão lindas assim o enredo compensa bastante .

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  3. Oi, Carol.
    Ainda não conhecia essa história, mas fiquei encantada!
    Já vai para a lista de desejados!
    Beijos
    Camis - Leitora Compulsiva

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  4. Foi bom poder ler essa resenha, eu te juro que não dava nada pra história mas depois de ler a sua resenha tenho que dar o braço a torce e dizer que talvez o livro seja bem melhor do que aparenta. E que venha uma historia fantástica de dragões pra minha estante.

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  5. Carolina!
    Gosto muito quando as resenhas de uma série saem juntas, porque podemos acompanhar tudo ao mesmo tempo.
    Adoro história com dragões e aqui me parece que tem tantos seres fantásticos que poderíamos nos confundir, mas isso não acontece.
    Ler uma história de fantasia bem elaborada é uma glória.
    “A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la - mas quem consegue descobre tudo.”(Charles Chaplin)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  6. Nossa, estou completamente apaixonada nesses livros! Pra mim, se contém dragões na história, já crio altas expectativas com os livros. Quero muito ler esses, ❤

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  7. Se tem dragões na história, meu coração já se derrete todo. Achei a história fantástica e estou mega apaixonada. Só lendo a resenha, já me envolvido com os personagens e to louca pra ler a história toda.

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  8. Não conhecia essa série e me interessei muito por ela. Gosto muito de livros que se passem em um mundo de dragões, que tenha bastante mistérios e personagens que me envolvam muito. Com certeza vou ler essa série.

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  9. Oi Carol,
    Apesar de gostar de fantasia, não me resordo de ter lido muitos livros de dragões. Gostei da resenha e de saber que são bem descrito os dragões, seus voos... só não curti saber que é uma série.
    Beijocas ^^

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