Sinopse - A medicação para a epilepsia mantém Maggie num estado permanente de torpor, mas não consegue aliviar sua dor por ter perdido a filha em decorrência da mesma doença. Com o fim do seu casamento e o filho mais velho num colégio interno, Maggie se muda para uma casa de campo nas ruínas de Dunadd, o local histórico que um dia foi a sede da realeza da Escócia. Tudo muda em sua vida após uma convulsão, e Maggie desperta num vilarejo dentro dos muros de Dunadd do século VIII. Mesmo sem saber se isso realidade ou apenas uma alucinação causada pela doença, ela é atraída pela presença de Fergus, irmão do rei e pai de Illa, uma menina que tem uma semelhança impressionante com a sua falecida filha. Mas, com as demandas do presente chamando-a de volta, conseguirá Maggie deixar para trás o príncipe escocês que já a chama de meu amor?
"Véu do tempo" é uma obra delicada e repleta de personalidade. Os capítulos alternam sua narrativa em primeira e terceira pessoa, quando Maggie se encontra no presente, a perspectiva do texto é dada em primeira pessoa e quando ela está em um de seus sonhos, a narrativa é feita em terceira pessoa.
Maggie é uma mulher de 38 anos que teve um divórcio abrupto que aconteceu após a filha mais nova ter falecido por conta de uma convulsão. Ellie, sua garotinha, faleceu há dois anos e por ter herdado a epilepsia, acabou não resistindo em uma de suas crises. Após a morte da pequena, a vida da protagonista mudou radicalmente. Ela se viu em uma neblina que a impossibilitava de seguir em frente e com isso, as pessoas ao seu redor, como o marido e o filho, foram se distanciando, até chegar ao momento em que o divórcio foi finalizado.
Por conta de sua própria epilepsia, Maggie vai realizar uma lobectomia, um procedimento de alto risco que tem como objetivo interromper as convulsões. Para Maggie, é importante que ela seja uma mãe mais presente para o filho Graeme, um jovem de 17 anos de idade que agora se encontra em um colégio interno. Então a protagonista decide mudar-se de Glasgow para Dunadd, para morar em um rústico chalé, até janeiro, mês que a cirurgia está agendada.
Em Dunnad, Magie irá terminar sua tese que tem como tema as bruxas, falando de sua existência, perseguições e mortes.
Sozinha no meio do nada, Maggie conta apenas com a presença de Jim Galvin, um morador de idade do outro chalé e seus "sonhos" provenientes de suas crises. Isso mesmo. Quando Maggie tem uma crise de epilepsia, ela fica inconsciente, mas sua mente viaja para uma outra época, onde pessoas interessantes habitam.
"Muito antes de meu distúrbio receber um nome, eu já tinha sonhos. Não sonhos passageiros, mas o tipo de sonho, em sono profundo, que se entrelaça no tecido da mente e não vai embora." (p. 09)
Mas o que acontece quando os sonhos se tornam mais atraentes do que a realidade? E quando eles trazem informações verídicas que Maggie não tinha ideia?
Nesse mundo dos sonhos está Fergus MacBrighde, irmão do rei Murdoch e morador de uma casa na colina de Dunnard. Fergus perdeu sua esposa Saraid para a peste há dois anos e agora tudo o que lhe restou foram as lembranças e sua filha Illa de oito anos de idade. Murdoch e sua mãe Brighde exigem que ele consiga outra mulher para seguir em frente, mas Fergus não está pronto. Até o momento em que uma estranha vestindo roupas nada convencionais surge no vilarejo...
Com a barreira da linguagem entre eles e a crença de que Maggie tenha um status elevado de druidesa, Fergus admira de longe essa mulher intrigante. Mas a conexão entre ambos é imediata e apesar das dificuldades de comunicação, o desejo fica estampado no rosto de ambos.
Alternando entre duas realidades distintas, Maggie vai aprender muito sobre as bruxas e vivenciar uma possível rebelião e a inserção do cristianismo no local, que tentará dissolver as crenças pagãs.
A trama é espetacular. A autora desenvolveu muito bem o enredo e o leitor se sente imerso nesse local tão mágico e tão rico culturalmente.
Maggie é uma protagonista apaixonante, pois é palpável a sua dor e inquietação com o caminho que sua vida está levando. A perda, a falta de paixão em sua vida, as incertezas, tudo isso e muito mais permeiam a mente dessa mulher.
Fergus é outro personagem carismático. Como não se apaixonar por um guerreiro que é honrado, que ama a sua filha e respeita a memória de sua falecida esposa?
O romance é arrebatador, da melhor forma possível. Juntar duas pessoas que tem tanto sofrimento em sua vida e conseguir fazer com que eles se entendam mesmo com as dificuldades de comunicação é bonito de se ler.
"Não estou à procura de portas. Não estou à procura de nada. Há momentos em que não há sentido fazer qualquer esforço, quando você só precisa se afastar e esperar que a dor diminua. Isso é o que Dunadd significa para mim. Foi essa a razão que me levou a vir pra cá." (p. 52)
"Véu do tempo" é uma leitura imperdível, emocionante e que deixa um gostinho de quero mais.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa faz menção aos dois tempos da trama e também passa essa sensação histórica que combina com o enredo.
"Tive sonhos antes, no rescaldo das convulsões: já discuti teologia com a rainha Maria da Escócia, que não era bem o que a história retrata. Passeei ao longo das praias de Santa Helena com Napoleão, que insistia em dizer que estava sendo envenenado. Mas nada me afetou tanto quanto ver Dunnad dessa maneira, com cabras amarradas e crianças correndo de pés descalços, com grandes ondas de percussão e canto, e ao fundo de tudo isso, um murmúrio baixo que soava como um didjeridu." (p. 25)
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Assim que comecei a ler sobre a história desse livro, fiquei entristecida por imaginar que o foco da trama seria sobre a epilepsia... Meu filho mais velho tem,e não me sentiria bem em lê-lo.
ResponderExcluirMas quando fui me aprofundando mais,vi essa junção de presente e passado,onde ela poderá viver uma história fantástica e acredito mais feliz, então minha ideia mudou.
E como também é um livro de romance, gostei.
Achei diferente! ;)
Uma brilhante história que aborda um tema bem interessante, e a história da protagonista viajar na mente me intrigou espero que o final seja um dos melhores.
ResponderExcluirAté mais!!!
Carolina!
ResponderExcluirQue livro mais interessante!
Viver no isolamento e com epilepsia, a princípio seria um grande problema, porém seus sonhos a levam para uma realidade paralela, onde pode aprender muito sobre magia e é considerada uma druída, adoro livros com esse tema.
Boa Páscoa!
“A sabedoria começa na reflexão.” (Sócrates)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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A única coisa que me veio na cabeça quando li "Fergus" foi Supernatural *entendedores, entenderão*. Essa premissa, e a resenha em si, me lembrou muito a ideia de Outlander. Será que é parecido. Eu adoro histórias que mesclam contextos históricos, e essa me interessou.
ResponderExcluirUma história muito bonita que parece se desenvolver bem, não sei se vai me gradar o fato de mudar de primeira a terceira pessoa, mas, no geral parece um ótimo livro.
ResponderExcluirGostei muito da resenha do livro!! E também achei a premissa muito interessante!!
ResponderExcluirBeijoss