Sinopse - Na noite da formatura, Vale McKinley sofre um terrível acidente de carro. Junto com ela está Crawford, seu namorado, que acaba entrando em coma. Eles pretendiam aproveitar o verão fazendo planos para a universidade, com um futuro brilhante cheio de possibilidades. Agora, Vale passa longos dias no hospital, à espera de que Crawford acorde. Lá, ela encontra por acaso com Slate Allen, colega de faculdade do seu irmão. O garoto aparece regularmente para visitar o tio, que está internado. Quando se esbarram, Vale não consegue negar a atração proibida entre eles. Ela tenta ignorar seus sentimentos, mas não é imune ao charme de Slate. Aos poucos, os dois se aproximam. Depois de muito relutar em sair do lado de Crawford, Vale cede aos apelos da família e vai para universidade, pensando que o namorado gostaria que ela tocasse a vida. Só que agora a garota está no território de Slate e a história dos dois vai sofrer uma grande reviravolta.

"No meu sonho te amei" é um dos lançamentos de Janeiro/19 da Editora Arqueiro da autora Abbi Glines. A autora, que é conhecida por romances intensos e hots, trouxe uma história bem diferente do que estamos acostumados a ler nas obras dela. O livro é dividido em Parte 1 e Parte 2, sendo que a primeira parte é completamente narrada em primeira pessoa pela Vale e a segunda, os capítulos alternam entre Vale e Slate.
Vale e Crawford se conhecem desde os seis anos de idade. São melhores amigos, que cresceram juntos e que tiveram os seus sentimentos amadurecendo para algo mais. Eles planejaram a vida toda a dois, inclusive estudarem na Universidade de Bington, onde Crawford conseguiu uma bolsa integral como jogador de futebol. Infelizmente, tudo isso desaparece em um segundo na noite da formatura do ensino médio, onde ambos sofrem um acidente de carro.
Vale saí ilesa, mas Crawford entra em estado de coma. A partir daí, a protagonista começa a viver praticamente no hospital, mesmo nos momentos em que não está no quarto do namorado.
A protagonista tem uma família muito amorosa. Sendo a filha mais nova e tendo quatro irmãos mais velhos, ela é protegida, querida e amada e todos estão preocupados com ela, mas a apoiam da forma que podem. Knox, o segundo mais novo, é aquele que mais tem uma afinidade com Vale e também visita constantemente o hospital. Porém todos se questionam: até quando Vale será apenas uma sombra e quando ela começará a viver por si mesma?
Quanto mais observamos, mais percebemos que o relacionamento de Vale e Crawford não é tão perfeito assim...
Slate Allen é irmão de fraternidade de Knox e tem um fama e tanto em Bington: o cara que dorme com inúmeras mulheres, mas que não tem nada mais do que uma noite. Apesar de ser realmente um "pegador", Slate tem um lado mais suave que não demonstra para ninguém. Após ter sido deixado para morar com o tio D, Slate não tem mais ninguém no mundo e infelizmente, seu tio está internado por conta do que provavelmente será a sua última grande batalha.
Vale e Slate se conhecem no hospital e a primeira impressão não é das melhores. Porém, com o tempo e o incentivo da família, Vale começa a viver novamente e avaliar o relacionamento com Crawford.
Slate é um personagem que beira ao clichê, mas que possui qualidades redentoras. Aqueles momentos em que ele acredita que não tem ninguém observando são os que mais revelam sua verdadeira face.
A família de Vale como um todo é incrível, mas Knox se destaca por estar sempre presente e agindo como um pai protetor ao invés de irmão, o que é fofo e ao mesmo tempo engraçado. O tio D também é um personagem incrível. É um homem que teve uma vida dura e simples, mas que encara o dia da melhor forma possível.
É complicado falar da essência do livro sem spoilers, mas o interessante nesse livro da Abbi é a jornada de autoconhecimento de Vale. Como ela conheceu Crawford muito cedo, é como se parte dela não fosse inteiramente dela e sim, moldada de acordo com a convivência com o namorado. Então, ao se ver sem ele, Vale começa a questionar e reaprender a ser Vale.

"Ah, se momentos como aquele pudessem durar para sempre... No entanto, como em todos os sonhos bons... cedo ou tarde a gente precisa acordar." (p. 148)