Resenha: Crônicas empacotadas - Celina Moraes

 

Sinopse - Esta é minha coletânea de crônicas publicadas no ano de 2020. Ao lê-las, adoraria ter sua avaliação no Amazon. Ela é muito importante para a minha jornada literária.

“Crônicas empacotadas” é uma obra dividida em 11 textos: 1. Muita calma 2020; 2. O que combina a liberdade e a vida; 3. Passo o Ponto; 4. No furacão da Covid-19: ou agimos como o bambu ou lutamos contra o evento; 5. O oxigênio da vida; 6. Eu tenho um sonho..., 7. Os sonhos norteiam a vida, 8. Verdade: qual boa libertará?; 9. Autoconhecimento: uma regra de ouro da vida; 10. Apagaram-se as luzes, perdi o show; 11. Campeão das primaveras da vida. E cada uma dessas crônicas relaciona-se com um mês do ano de 2020 (de janeiro a novembro). Apesar de serem textos curtos, são extremamente relevantes pois evocam nos leitores sentimentos despertados tão vividamente em um momento difícil, como foi o ano de 2020.

De forma intimista e realista, Celina Moraes aborda temas como o desemprego, liberdade, sonhos, racismo, resiliência, autoconhecimento entre tantos em um período em que a autorreflexão foi imprescindível.

Começamos falando de sonhos e metas, a forma como o início do ano representa um novo ciclo, mas que muitas vezes ficamos “presos” em tentar alcançar muitos objetivos de uma única vez.
“Percebi que no dia a dia, fica difícil cumprir uma lista de desejos em meio a tantas outras listas de tarefas que temos que cumprir, como as de casa, do trabalho, estudos, etc.”

Na crônica seguinte, a autora discute a questão do desemprego e como consequência a falta de liberdade que o indivíduo sofre. A ausência de uma vida digna para muitos brasileiros, que não recebem o essencial mesmo trabalhando de forma incansável.
“Todo ser humano deveria ter direito, desde o berçário, à moradia, à alimentação, à saúde, aos estudos, à segurança e ao transporte.”
Ainda falando das dificuldades, a terceira crônica “passo o ponto” retrata a triste visão de inúmeros comércios fechando, mas também de um narrador que em 1989 resolveu arriscar e sair de um emprego para se tornar empreendedor, demonstrando que estamos sempre passando por eventos políticos econômicos, mas que mesmo em meio a tantas dificuldades, é possível fazer acontecer.

Claro que Celina Moraes não evitou o assunto que impactou o mundo, a Covid-19 e em sua crônica de número 4, o foco foi sobre a resiliência do povo diante de adversidades nunca antes imaginadas.

Temos também a história de três amigos que passaram suas vidas tendo as chances contra eles, mas que lutaram, perseveraram e sempre que uma bifurcação surgia, juntos, seguiam em frente.
“Bifurcados, só tinham uma certeza: o caminho conhecido havia sido percorrido por muitos de outros seus amigos, onde alguns se perderam e outros perderam o oxigênio.”
Temos também uma crônica sobre o racismo, que fala de Martin Luther King, passando pelo Machado de Assis e chegando nos dias de hoje. Homens e mulheres que são exemplos de força e vitória contra as adversidades cruéis criadas pelos próprios seres humanos.

Essas são apenas algumas das crônicas contidas nesse livro, que traz lágrimas, sorrisos e em alguns momentos, sentimentos de nostalgia ao leitor. A delicadeza com que Celina Moraes discute cada história, a forma como cria um ambiente nem sempre acolhedor, mas sim realista faz com que “Crônicas empacotadas” se torne uma leitura atemporal e admirada por muito tempo.

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